segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

>>> KOMBIHOME

Casal faz de uma Kombi 2006 sua motorhome e cai na estrada em busca de aventuras e paisagens inesquecíveis Brasil afora.
Os dois têm 38 anos, um casamento e também muita vontade de cair na estrada. Para realizar esse sonho transformaram uma Kombi 2006 em uma equipada motorhome, ou seja, um veículo com ares de casa, para que possam viver viajando Brasil afora.


A vida de viajante de Marcelo Maestrelli e Lyanne Rehder, com endereço fixo em Florianópolis, Santa Catarina, começou entre 2006 e 2007, quando eles começaram a colocar em prática o Projeto Turismo Responsável, idealizado pelo casal.

Entre as práticas adotadas por Marcelo e Lyanne está contratar um guia nativo, conversar com moradores da região, experimentar a culinária típica, procurar conhecer o patrimônio histórico-cultural da cidade, entre outras coisas.

A Kombi entrou na vida de Marcelo e Lyanne em setembro do ano passado, na Adventure Fair, quando surgiu a idéia de adaptar o veículo e transformá-lo em uma KombiHome. “Nosso sonho era um Motorhome do tipo BBB: bom, bonito e barato; mas os montados em vans são supercaros e os que poderíamos comprar são muito velhos; então pesquisamos bastante e decidimos pela KombiHome - um motorhome que, além de bom, bonito e barato, é compacto, ágil e econômico. Estamos muito felizes com a Alice”, explica Marcelo.

O nome tem explicação. “A gente brinca de ficar dando nome para as coisas. Em casa nem a máquina de lavar roupas escapou, e o nome dela é Genilda”, conta Lyanne. “Quando pensávamos na KombiHome, o primeiro nome que veio à mente foi Alice. Afinal de contas, é ela quem vai nos levar pelo país das maravilhas”, completa.

É isso aí. Primeiro eles querem desbravar o Brasil. “Só depois disso é que começaremos a atravessar as fronteiras”, explicam.

Novo projeto

Alice deu origem a um novo projeto: o Vida de Viajante. A viagem sai de Florianópolis e segue para a Campus Party, evento que reúne usuários de internet do mundo todo em São Paulo. “Estaremos na áreas dos blogs , e a Alice vai conosco. Afinal, ela também é blogueira (http://kombihome.com.br/blog/)”, conta o casal.


No caminho, claro, os viajantes vão parando para conhecer algumas praias do litoral de Santa Catarina. Depois da Campus Party, Alice, Marcelo e Lyanne ainda não têm um destino definido. “Acreditamos que continuaremos no rumo norte, em busca de destinos legais para divulgar nos blogs”, dizem.

Mesmo sem saber exatamente para onde vão depois, eles sabem que os destinos terão potencial para ecoturismo e turismo de aventura. Outra característica buscada pelo casal é que o lugar não tenha sido invadido pelo turismo de massa. “Sempre procurando mostrar que, fazendo o turismo de forma responsável, podemos agregar muito mais valor às nossas férias e colaborar com o desenvolvimento sustentável do destino visitado”, definem.

O projeto ainda não tem patrocinadores ou apoiadores. O que poderia ser uma coisa ruim também pode ser vista com bons olhos. “Estamos livres para seguir o caminho que preferirmos. Mas claro que estamos atentos e abertos às oportunidades”, avisam.

Sonho e realidade

O mais complicado na hora de transformar em realidade o sonho de sair por aí em uma KombiHome foi regularizar a documentação do veículo. Ele teve que mudar de “carro normal” para “motor casa” e o caminho até a concretização disso foi um pouco longo.

Resolvida essa questão, a Alice, que demorou dois meses para ficar pronta, era uma realidade nascida de um sonho de cerca de vinte anos. A KombiHome, para completar o sonho, tem consciência ecológica: ela prefere álcool, tem um painel de energia solar em cima da capota e só usou madeira certificada em toda a parte interna.

O plano inicial é que Alice tenha como passageiros apenas Marcelo e Lyanne. “Eventualmente, podemos receber convidados”, calculam. “Mas, na viagem ´virtual´, esperamos ter muitos e muitos internautas viajando conosco através das transmissões que faremos pelo celular no site”.

Para viabilizar a transmissão ao vivo, eles precisam de conexão na internet e energia elétrica. A conexão é via celular e a energia é através do painel solar. “Usamos a tecnologia móvel a nosso favor. Durante as viagens procuramos estar sempre conectados via celular nas diversas redes sociais que participamos e em nossos blogs”, afirmam.


Quando o assunto é colocar o pé na estrada, tudo é viável para esse casal, no final das contas. Eles reclamam, com razão, da imprudência de alguns motoristas e da infinidade de buracos nas estradas brasileiras, mas não pensam em parar.

Ainda sem filhos, Marcelo e Lyanne pensam em um dia ter seus herdeiros. Isso pode até mudar o ritmo das viagens, mas não deve acabar com elas. “Talvez nossa Vida de Viajante seja reduzida para férias e feriados, mas não pretendemos deixar de viajar; afinal, a experiência e o conhecimento que adquirimos em viagens também contam muito para o crescimento e aprendizado”, dizem.

* Fernanda Castello Branco/Portal IG.

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